terça-feira, 11 de março de 2008

Ilustração de um poema

Era pedido aos alunos que realizassem uma ilustração sobre um poema, à escolha, entre "O Palácio da Ventura" de Antero de Quental e "Pedra Filosofal" de António Gedeão, poemas escolhidos por serem, de algum modo e em minha opinião, "visuais", permitindo um sem-número de interpretações na área da expressão plástica, conforme poderão ver a seguir.
De todos os trabalhos até ao momento, penso que este foi um dos mais interessantes que os alunos realizaram. Mais uma vez, os meus parabéns!
Os desenhos estão expostos por ordem alfabética, primeiro com as ilustrações sobre o poema de Antero de Quental, seguidas das ilustrações sobre o poema de António Gedeão.

As seguintes ilustrações tiveram como ponto de partida o seguinte poema:

“O PALÁCIO DA VENTURA”

Sonho que sou um cavaleiro andante
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que, súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato á porta e brado:
- “Eu sou o Vagabundo, o Deserdado…
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!”

Abrem-se as portas de ouro, com fragor…
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão – e nada mais!

Antero de Quental, in “Poesia Completa”

(Ana Quadrado)


(André Moutinho)

(André Avelelas)

(Bárbara Castro)

(Bruno Lacerda)

(Daniel Monteiro)


(Diogo Maia)

(Hugo Vieira)



(Joana Moreira)


(Joana Dias)



(Maria Castro)



(Marta Teixeira)




(Nuno Silva)


(Rafaela Alves)


(Raquel Leitão)


(Sara Monteiro)

(Tânia Silva)

As seguintes, tiveram, por sua vez, como referência o seguinte poema:

“PEDRA FILOSOFAL “

Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer,
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso,
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos,
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam,
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma, é fermento,
Bichinho álacre e sedento,
De focinho pontiagudo,
Que fossa através de tudo
Num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel,
Base, fuste, capitel,
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista,
Mapa do mundo distante,
Rosa-dos-ventos, infante,
Caravela quinhentista,
Que é Cabo da Boa Esperança,
Ouro, canela, marfim,
Florete de espadachim,
Bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
Passarola voadora,
Pára-raios, locomotiva,
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora,
Cisão do átomo, radar,
Ultra-som, televisão,
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar.

Eles não sabem nem sonham,
Que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança.

António Gedeão, in “Poesias Completas”

(João Ferreira)

(Jorge Correia)

(Mariana Oliveira)

(Mário Barbosa)

2 comentários:

Anónimo disse...

os desenhos são maravilhosos parabens!!!!!!!!!!!!!!!

vera viana disse...

Muito obrigada pelo comentário.
Os alunos que os realizaram em 2007/2008 foram, de facto, muito especiais, e de parabéns estarão sempre pelo trabalho realizado.
Um bem-haja.