sexta-feira, 4 de julho de 2008

Video do Dripping

Aqui está o video realizado pelos meus alunos, sobre a sessão de experimentação da técnica do Dripping, que realizamos a 12 de Dezembro de 2007.
Pois é, já foi há muito muito tempo, mas só agora foi possível colocar aqui cerca de 11 minutos de uma actividade que, espero, fique para sempre na memória dos meus alunos (na minha ficou, pelo menos).


Sessão de Dripping
Colocado por gnsdre
(Obrigada, André Avelelas, pela colaboração)

Este video, na minha opinião, poderia ter ficado ainda mais interessante, mas foi o que se conseguiu fazer, dentro do tempo disponível e com as pessoas envolvidas na sua concretização.
A actividade foi filmada por alguns alunos da turma, cabendo a edição do video ao André Avelelas. A música é da autoria do Mário Barbosa. Os alunos João Ferreira e Ivo Freitas cantam o seguinte:

"Num dia de sol, não havia vento, aquilo é que foi um grande momento do 11ºf e isso nem mais esquece
Foi em 12 de Dezembro de 2007, que gravámos esta cassete, e acontecimento como este, acho que nunca mais se repete.
O clima aquece, arte cresce e aparece
É preciso muito trabalho e dedicação, arranjar material e uma autorização, uma autorização do conselho executivo, isto é dripping, muito explosivo e creativo.
Foi preciso muita espontaneidade, tudo feito na secundária desta cidade, no fim tudo isto ficou com qualidade.
Esta experiência… feita à balda mas com inteligência, coerência e ciência
Começámos por pintar a porta, o Che a filmar, mas com a nossa perfeição não era preciso dizer corta…
Tudo preparado? Começa tudo a ser pintado… agora sem demora começa a obra…
Obra a evoluir, o pessoal a pintar e a curtir
Pinta tábua, pinta porta, a pintura não sai torta
Havia tinta no ar, pincéis a deslizar e uma câmara a gravar - vocês já devem estar a ver o que aqui se estava a passar
Olha, olha o jornal dizia ela…. E nós a pintar, meio no chão, meio na tela…
Mistura-se a tinta, bate o pincel e já ta a pintar a porta e o papel.
Zunga aí, zunga aqui… olha falta mais tinta ali…
Precisa de cor mais forte… para dar vivacidade … e para ter cores com mais variedade
Intervalo… tá a tocar… já tá pessoal observar… o que se estava a pintar…
No fim tempo de limpeza… cuidado c'os pincéis trata-os com delicadeza …
Houve quem não fizesse nada, mas a porta no fim já estava pintada…
Uns foram-se atrasando, os outros lá iam trabalhando
Houve quem fosse preguiçoso, acharam que pintar seria perigoso
Esta obra baseada no Pollock mais tarde postada no nosso blogue
Este blogue chamado artecetera, nova arte nos desperta…
E nas aulas de desenho sempre motivados e com empenho, usamos todo o nosso engenho para produzir um grande trabalho - não acho isto estranho, pois aí está o ganho

Obrigado ao conselho executivo pelo material fornecido e pelo trabalho ‘’adquirido’’
Obrigado à professora pela oportunidade mas já temos vontade…. de outra actividade…
Agradecimentos ao Moutinho pelas tábuas oferecidas e à Prof. pelas tintas fornecidas
A todos os que participaram, fotografaram e filmaram…
Há um Grande Obrigado pelo trabalho realizado…"

A seguir, algumas dos trabalhos realizados com esta técnica:

(Ana Quadrado, Bárbara Castro, Mariana Oliveira e Rafaela Alves)


(Daniel Monteiro e Hugo Vieira)

Muito obrigada a todos os alunos que contribuiram para este post e, já agora, também para todo o blogue. Espero que este espaço tenha sido mais um estímulo para o desenvolvimento da vossa criatividade. Espero também que venham a encontrar sempre novas formas de demonstrarem aquilo de que são capazes. Boas férias para todos, um grande abraço e até sempre!

terça-feira, 11 de março de 2008

Uma conclusão inacabada

Desde a criação deste blogue, fui fazendo uma selecção dos melhores trabalhos dos alunos, digitalizando-os e editando-os no Photoshop para depois os inserir em cada um dos posts aqui publicados.
Ao longo deste período de tempo, os posts publicados receberam alguns comentários (poucos, mas positivos) dos visitantes do blogue. As respostas dadas ao questionário sobre a qualidade dos trabalhos também foi muito satisfatória (com 95% das respostas referindo que os trabalhos dos alunos têm qualidade). Recebemos cerca de 950 visitas (contadas entre 19/11/07 e 14/03/08) e a receptividade dos alunos a esta iniciativa foi muito positiva, ainda que limitada ao círculo muito restrito dos alunos que visitam o blogue regularmente.
Para mim, enquanto professora, foi uma iniciativa muito interessante e produtiva, e, sobretudo, um estímulo ímpar para a valorização da criatividade dos alunos e das suas potencialidades.
No entanto, penso que a escola actual não valoriza este tipo de iniciativas nem estimula a continuidade destes projectos. Aliado ao facto de este projecto requerer de mim tempo de que não posso presentemente dispor, vou dá-lo por concluido, ainda que este nunca esteja acabado, porque a criatividade dos alunos não pára, não parando as suas capacidades ao nível da expressão plástica de sempre me entusiasmar e mesmo surpreender.
Este poderia ser um constante "work in progress", sem conclusão à vista...
Para dar continuidade a este projecto, será criado um outro blogue, gerido por alunos da turma, a quem desejo, desde já, um bom trabalho.
Mais uma vez, dou os meus parabéns aos alunos cujos trabalhos foram aqui expostos, sem os quais esta iniciativa não se justificaria.
Agradeço a todos, as visitas e os comentários que recebemos.
Até sempre e um abraço,
Vera Viana

Ilustração de um poema

Era pedido aos alunos que realizassem uma ilustração sobre um poema, à escolha, entre "O Palácio da Ventura" de Antero de Quental e "Pedra Filosofal" de António Gedeão, poemas escolhidos por serem, de algum modo e em minha opinião, "visuais", permitindo um sem-número de interpretações na área da expressão plástica, conforme poderão ver a seguir.
De todos os trabalhos até ao momento, penso que este foi um dos mais interessantes que os alunos realizaram. Mais uma vez, os meus parabéns!
Os desenhos estão expostos por ordem alfabética, primeiro com as ilustrações sobre o poema de Antero de Quental, seguidas das ilustrações sobre o poema de António Gedeão.

As seguintes ilustrações tiveram como ponto de partida o seguinte poema:

“O PALÁCIO DA VENTURA”

Sonho que sou um cavaleiro andante
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que, súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato á porta e brado:
- “Eu sou o Vagabundo, o Deserdado…
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!”

Abrem-se as portas de ouro, com fragor…
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão – e nada mais!

Antero de Quental, in “Poesia Completa”

(Ana Quadrado)


(André Moutinho)

(André Avelelas)

(Bárbara Castro)

(Bruno Lacerda)

(Daniel Monteiro)


(Diogo Maia)

(Hugo Vieira)



(Joana Moreira)


(Joana Dias)



(Maria Castro)



(Marta Teixeira)




(Nuno Silva)


(Rafaela Alves)


(Raquel Leitão)


(Sara Monteiro)

(Tânia Silva)

As seguintes, tiveram, por sua vez, como referência o seguinte poema:

“PEDRA FILOSOFAL “

Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer,
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso,
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos,
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam,
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma, é fermento,
Bichinho álacre e sedento,
De focinho pontiagudo,
Que fossa através de tudo
Num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel,
Base, fuste, capitel,
Arco em ogiva, vitral,
Pináculo de catedral,
Contraponto, sinfonia,
Máscara grega, magia,
Que é retorta de alquimista,
Mapa do mundo distante,
Rosa-dos-ventos, infante,
Caravela quinhentista,
Que é Cabo da Boa Esperança,
Ouro, canela, marfim,
Florete de espadachim,
Bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
Passarola voadora,
Pára-raios, locomotiva,
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora,
Cisão do átomo, radar,
Ultra-som, televisão,
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar.

Eles não sabem nem sonham,
Que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança.

António Gedeão, in “Poesias Completas”

(João Ferreira)

(Jorge Correia)

(Mariana Oliveira)

(Mário Barbosa)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Gamas monocromáticas e pinturas surrealistas

Mais um trabalho dos meus alunos/as, com exploração de uma gama monocromática, com guaches, para a representação de um fragmento de uma obra de um/a pintor/a do movimento surrealista ou de temática surrealista (ambos à escolha de cada aluno/a).
O guache não é muito fácil, mas com alguma persistência, conseguem-se bons resultados...
(Ana Quadrado, a partir de uma obra de René Magritte)
(André Avelelas)
(Bárbara Castro, a partir de uma obra de Juan Miró)
(Bruno Lacerda, a partir de uma obra de René Magritte)
(Joana Moreira, a partir de uma obra de René Magritte)
(Joana Dias, a partir de uma obra de Georgia O'Keefe)
(Maria João Castro, a partir de uma obra de René Magritte)
(Mariana Oliveira, a partir de uma obra de Juan Miró)
(Marta Teixeira, a partir de uma obra de Giorgio de Chirico)
(Rafaela Alves, a partir de uma obra de Juan Miró)
(Tânia Silva)

sábado, 29 de dezembro de 2007

Exploração de Sanguínea

Um dos trabalhos realizados, durante o primeiro período, na disciplina de Desenho, foi a exploração do claro-escuro para a representação objectiva de um papel amarrotado, utilizando um lápis de pastel avermelhado a que se dá o nome de sanguínea.
Este é um material riscador mais difícil de trabalhar do que a grafite, mas que permite alcançar resultados muito interessantes, como alguns dos exemplos a seguir:

(desenho a sanguínea de Daniel Monteiro)

(desenho a sanguínea de João Ferreira)

(desenho a sanguínea de Jorge Correia)

Uma sessão de Dripping

No dia 12 de Dezembro de 2007, a aula de Desenho foi bem divertida...

Experimentamos a técnica do dripping, seguindo o exemplo de Jackson Pollock.
Uns dias antes da actividade, os alunos tiveram a oportunidade de assistir ao documentário "Pollock" do canal People & Arts e ao filme "Pollock" de Ed Harris, ambos exibidos no Auditório da escola.

Os materiais utilizados foram várias placas de madeira (cedidas pelo André Moutinho, a quem, uma vez mais, agradeço), uma porta velha da escola (cedida pelo Conselho Executivo, a quem agradeço igualmente), tintas em pigmento à base de água, pincéis e pratos de plástico.
Antes de começar, há que preparar a madeira, para que a tinta adira à superfície de trabalho.
Aconselho a preparação prévia das placas de madeira com uma mistura de cola branca e alvaiade de zinco (vende-se nas drogarias). Se as tintas a utilizar forem a óleo, este preparado poderá ser substituído por um primário que se vende em lata chamado sub-capa.
Depois de deixar secar este primário, as placas poderão ser pintadas com uma cor, mais ou menos uniforme:
Neste tipo de actividade, não esquecer que é necessário vestir bata, fato-macaco ou roupas e sapatos velhos, porque os salpicos abundam...
Depois, é só dar asas à liberdade criativa e aliá-la à emotividade...
Brevemente, mostrarei aqui um video desta actividade, bem como os trabalhos dela resultantes.
Espero que todos os meus alunos tenham gostado e que este seja mais um incentivo para o desenvolvimento da sua criatividade.